Alberto e Margarida Tomé, de 83 e 77 anos, estão revoltados com o valor do Complemento Solidário para Idosos (CSI) atribuído à mulher: um euro. "Já disse a toda a vizinhança para, se precisarem de dinheiro, virem cá a casa que a minha mulher empresta", ironiza o antigo marceneiro, residente em Pilado, na Marinha Grande.
Margarida Tomé, ex-costureira de estofos, que se debate com um cancro na língua, recebia, desde Agosto de 2010, uma prestação de CSI de 25,43 euros. Segundo a Segurança Social de Leiria (SSL), "foi objecto de redução para 1,00 euro a partir de Abril", porque em Março começou a ser paga uma prestação de 10,15 euros ao marido da beneficiária, também no âmbito do CSI.
A SSL explica o valor com o facto de corresponder à diferença "entre o limite anualmente fixado (pelo Estado) e os recursos apresentados pelo casal", mas não comenta os custos burocráticos associados ao processo de pagamento do euro, nem quais as vantagens que a moeda pode levar à beneficiária.
"Isto é um gozo, é uma troça. Uma vergonha. Nunca se viu tal tristeza de Estado social", diz Alberto Tomé, que descontou durante 18 anos para a Segurança Social – a mulher fê-lo apenas durante cinco – e vive em casa do filho. O casal é muito doente, sobretudo Margarida Tomé, e cada um recebe uma pensão de 246 euros (mais o CSI), através de transferência bancária. "Em Maio, deixámos 278 euros na farmácia", conta o reformado, para exemplificar as dificuldades por que passam, mesmo tendo sido ressarcidos em 90 euros pelo Estado.
O casal não vai contestar a decisão da Segurança Social. "Só quero alertar as pessoas para a desgraça deste País. Quero também alertar o novo Governo para o que se está a passar", refere Alberto Tomé, destacando que "mais valia poupar o trabalho que dá processar um euro, reunir uma quantia maior e dá-la" para ajudar de facto um beneficiário.
Porque às vezes o rídiculo ultrapassa os limites do razoável!...
. E se recebessem 1€ de sub...